A região amazônica tem servido para aprofundar o perfil produtivo neoextrativista do Brasil e do continente latino-americano. Perfil que depende crescentemente da flexibilização de direitos territoriais e de normativas ambientais e da precarização da força de trabalho. É neste contexto de decomposição social e devastação ambiental é que o texto pretende dimensionar, de forma inicial e exploratória, os usos predominantes de royalties (minerais e energéticos) em cidades da Amazônia Legal, procurando estabelecer correlações a partir de indicadores de educação e saúde. Nossa hipótese é que compensações, desvinculadas de políticas socioambientais transversais, terminam por reforçar a condição de espaços aprisionados e funcionalizados dos municípios receptores, retroalimentando a dependência deles frente às atividades primário-exportadoras, esterilizando coalizões que tenham em seu horizonte reconversões ou transições tecnológicas e socioecológicas.
ISSN:2358-4556